Experiências do Eixo 7: Acompanhamento e avaliação


Seminário do Bairro-Escola Rio Vermelho

Se o projeto é dinâmico e voltado para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens, o evento para refletir sobre ele segue a mesma linha. A educação é compartilhada como um instrumento transformador, e pode acontecer de forma lúdica.

Esse foi o clima proposto durante os Seminários do BERV. Na III edição, por exemplo, o palhaço Espiga, personagem do arte-educador Fernando Lopes, foi mestre de cerimônia em um encontro divertido e provocador, mas que tratou de um assunto sério.

Durante o Seminário, que é anual, são feitas reflexões e compartilhamentos das ações de educação integral que estão sendo implantadas no Rio Vermelho. São apresentadas práticas sobre a revisão do Projeto Político Pedagógico e o impacto da gestão das escolas do bairro. Além disso, a rede discute as parcerias entre a comunidade e as escolas; a comunicação como estratégia de mobilização comunitária e a gestão compartilhada da iniciativa BERV.

Em alguns encontros, os participantes são estimulados a dividir experiências que sirvam de estímulo ao trabalho que já vem sendo realizado. Mais uma vez, o exemplo vem da terceira edição do seminário. Na ocasião, Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare, falou sobre a importância do planejamento para a vida. Já Eda Luiz, diretora do Cieja Campo Limpo – escola da rede municipal de São Paulo voltada para a educação de jovens e adultos – contou histórias de inclusão e de planejamento.

Desde os primeiros encontros, quando o Plano Educativo Local (PEL) ainda era um sonho comum para a transformação do Rio Vermelho em um bairro educador, ele já estava na pauta.

Por meio destes encontros de acompanhamento e avaliação, o PEL ressignifica seus desafios e potencialidades. Durante os seminários, também são definidas as ações prioritárias para os anos seguintes.


Sistema de acompanhamento do Plano no Fórum Intersetorial e no Fórum Comunitário

Os dois fóruns participativos instituídos como instrumentos de governança em São Miguel dos Campos, e que foram usados por duas vezes para elaborar o Plano Intersetorial, servem também ao propósito de acompanhar e avaliar este Plano. As reuniões do Fórum Comunitário, com representantes da comunidade miguelense, e do Fórum Intersetorial, com diversas secretarias, empresas e conselhos de direitos, funcionam como atualizadores dos objetivos, metas e desafios definidos no documento que simboliza a transformação desejada.

Nesses encontros realizados a cada mês, há uma mediação constante entre parceiros da comunidade e poder público local. A reunião acontece para um alinhamento de expectativas, planejamento de ações, pactuação de agendas e acompanhamento das atividades realizadas no município.

Em São Miguel aconteceu um trabalho personalizado, no qual uma das gestoras responsáveis pela coordenação do primeiro Plano, a engenheira Keylla Santana, mobilizou a comunidade para participar ativamente desse processo. Keylla lembra que ia muito às rádios locais para dar um retorno à população sobre o andamento das metas do Plano e para convocar a população para as reuniões mensais. “Foi uma época difícil, principalmente porque era um período em que todo mundo estava envolvido com eleição e nem sempre queria saber de meta”.

Para garantir que esse não seria um obstáculo no acompanhamento e na avaliação do Plano Intersetorial, Keylla intensificou a sensibilização nas escolas. Junto com estudantes, professores, funcionários e pais dos alunos ela montou uma comissão para debater a participação nos fóruns democráticos.

Os integrantes dessa comissão deixaram suas colaborações registradas por escrito. “Todos contribuíram, dizendo que escola queriam, dando ideias sobre infraestrutura, alimentação, limpeza, segurança, projeto pedagógico. Digitalizamos esse documento e usamos para criar um respaldo diante dos políticos que estavam se candidatando”.

Para a coordenadora das ações do primeiro Plano Intersetorial, essa foi uma maneira de envolver toda a rede municipal e, de certa forma, a rede estadual, na construção de uma nova cidade, voltada para a educação. “A gente percebia as pessoas empoderadas, querendo opinar, ajudar a decidir, se sentindo cidadãos críticos e participativos. Foram ações de muita grandeza para cada um que contribuiu”.

Metodologia do Eixo 7